O entendimento do que é psicoterapia e para que serve tem sido cada vez mais claro e acessível. Além disso, existe hoje uma oferta enorme de variedade de terapeutas com diversas abordagens, técnicas, perfis e novos modelos de terapia, como a online.
Mas ainda assim resistimos, e coloco aqui algumas razões. Em primeiro lugar, a psicoterapia foi associada a loucura e transtornos psicológicos. Fazer terapia então era assumir esse lugar. Isso fez com que muitas pessoas evitassem a terapia para fugir do estigma, e acabaram resumindo a psicoterapia apenas em um dos seus lugares e demandas de atuação.
Outra ideia distorcida foi que fazer terapia era assumir um fracasso na gestão da saúde emocional. E isso acaba gerando um incômodo, principalmente para o homem que é ensinado na nossa cultura a ser forte, não demonstrar emoções e sempre assumir que tem tudo sob seu controle. Então, expor sua vulnerabilidade seria contra senso e vexatório, não sendo este um lugar muito convidativo e confortável para estar.
Por fim, resistimos em fazer terapia justamente porque queremos evitar sofrimento e algumas emoções “ruins”. Além disso, queremos evitar o julgamento e crítica, que muitas vezes é esperado quando nos expomos. Por mais que muitos saibam que a terapia é ausente de julgamento e moral, muitos esperam isso do terapeuta, vivenciando uma emoção de culpa e vergonha.
Mas, ao contrário de todas essas ideias, fazer terapia é encarar suas dificuldades buscando soluções, e não apenas ignorando-as. E isso pode até ser um processo desconfortável, mas muito saudável. E por mais que encarar esse processo seja um momento vergonhoso, sofrido ou até mesmo temeroso, é importante lembrar que a pessoa do outro lado estará lá para te ouvir e entender sua situação sem te julgar, mas acolhendo e buscando o seu melhor.